Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.
Fernando Pessoa, Contemplo o que não vejo
4 comentários:
Gosto desta...Pessoa.É o que não é,vê o k não vê...muito enigmático mas não misterioso
Terá acontecido assim para os lados do Egípto: Moisés, por inspiraçao divina libertou o Povo de Deus, escravizado pelo Faraó. Esta passagem da escravatura à liberdade para o povo Hebreu também foi e é Pascoa.
Beijinho
o eterno Pessoa, primeiro estranha-se, depois entranha-se...
aceita uma prendita que te deixei lá na horta
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