E eu caminhei nas praias e nos campos
O azul do mar e o roxo da distância
Enrolei-os em redor do meu pescoço
Caminhei na praia quase livre como um deus
Não perguntei por ti à pedra meu Senhor
Nem me lembrei de ti bebendo o vento
O vento era vento e a pedra pedra
E isso inteiramente me bastava
E nos espaços da manhã marinha
Quase livre como um deus eu caminhava
E todo o dia vivi como uma cega
...
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Hospital e a praia
in Obra Poética II, Caminho, 1995
2 comentários:
Os trabalhos cada vez estão melhores.
Gostei
As coisas simples são sempre as melhores!***
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