sexta-feira, abril 18, 2008

...Só

por existir,
Só por duvidar,
Tenho duas almas em guerra

E sei que nenhuma vai ganhar.

por ter dois sóis

Só por hesitar

Fiz a cama na encruzilhada

E chamei casa a esse lugar.


E anda sempre alguém por lá

Junto à tempestade

Onde os pés não têm chão

E as mãos perdem a razão.


Só por inventar

Só por destruir

Tenho as chaves do céu e do inferno

E deixo o tempo decidir.



Jorge Palma, Só - 1991

1 comentário:

Anónimo disse...

Poesia linda e profunda, onde se faz sentir uma força arrebatadora de quem escreve!

Tudo de bom, Crix!