Logo de manhã, ao despertar, ouvi no rádio uma citação, que seria do António Barreto, no Público em que, se bem me lembro, ele diria que se estava a "matar a Filosofia como cadeira estruturante".
Áquela hora e ouvido assim, não percebi a importância da idéia, mas agora 12 horas depois e depois de me ter surgido á frente o texto que guardei acima, lembrei-me da citação e fez-se luz finalmente.
É verdade que também não me saía muito bem na disciplina de filosofia, mas reconheço que ela faz falta. É importante saber pensar o pensamento, e o pensamento científico é importante mas não chega ...
Já diz Edgar Morin em As grandes questões do nosso tempo:
"Saber ver necessita saber pensar o que se vê. Saber ver implica portanto saber pensar, como saber pensar implica saber ver. Saber pensar não é algo que se obtenha por técnica, receita ou método. Saber pensar não é apenas aplicar a lógica e a verificação aos dados da experiência. Isso supõe também saber organizar os dados da experiência. Precisamos portanto de compreender que regras, que princípios comandam o pensamento que nos permite organizar o real, isto é, seleccionar, privilegiar certos dados e eliminar, subalternizar outros. Precisamos de adivinhar a que pulsões obscuras, a que necessidades do nosso ser, a que idiossincrasia do nosso espírito obedece ou responde o que temos por verdade. Numa palavra, saber pensar significa indissociavelmente saber pensar o seu pensamento. Necessitamos de nos pensar pensando, de nos conhecer conhecendo. Essa é a exigência reflexiva fundamental, que não é tão-só a do filósofo profissional, que não deveria estender-se apenas ao cientista, mas que deve ser a de cada um e de todos."
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