Foz do Arelho, 2Abril2007
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Alberto Caeiro, Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta, (11-3-1914)
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Alberto Caeiro, Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta, (11-3-1914)
2 comentários:
Liiiiiiiiiiiiiiiinndo******
Hoje atacaram-me!!!Por todos os lados me põem nas nuvens.E esta já a guardei nas minhas favoritas.(Não sei se reparaste mas já conseguiste o coelhinho a Páscoa)
olá,amei de paixão o teu blog ,lindo demais parabéns.
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