Não sei se respondo ou se
pergunto.
Sou uma voz que nasceu napenumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito, ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha tristeza é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
António Ramos Rosa, Uma Voz na Pedra
4 comentários:
Regaleira... ;)
Nascer! :)
Obrigada, a dobrar, pelo carinho!
E pelo que estou a ver ali ao lado, boas férias!
Lindas, as palavras e as fotos...
Quantas vezes esperamos pela palavra certa....
:)
Beijitos e boas férias....
Sof: Bingo ;)
Besitos
jardineira e oris: nascer! é uma chave excelente para abrir... por ex uma nova etapa na vida
para já, o que está para nascer mesmo(nem era preciso lembrar)mas vocês não me deixam esquecer que elas estão aí :))) AS FÉRIAS- mas só para o trabalho
Bjinhos
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