segunda-feira, julho 28, 2008


Não sei se respondo ou se
pergunto.
Sou uma voz que nasceu na
penumbra do vazio.


Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito, ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha tristeza é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.


António Ramos Rosa, Uma Voz na Pedra

4 comentários:

Profundezas disse...

Regaleira... ;)

teresa g. disse...

Nascer! :)

Obrigada, a dobrar, pelo carinho!

E pelo que estou a ver ali ao lado, boas férias!

Oris disse...

Lindas, as palavras e as fotos...

Quantas vezes esperamos pela palavra certa....
:)

Beijitos e boas férias....

Crix disse...

Sof: Bingo ;)
Besitos

jardineira e oris: nascer! é uma chave excelente para abrir... por ex uma nova etapa na vida

para já, o que está para nascer mesmo(nem era preciso lembrar)mas vocês não me deixam esquecer que elas estão aí :))) AS FÉRIAS- mas só para o trabalho
Bjinhos